sábado, 17 de dezembro de 2011

Puliça

Estava eu agora pouco comprando um açaí, quando um policial militar chegou no balcão e começou a puxar papo comigo, outro cliente e a mocinha do caixa. Aparentemente, esperando o melhor momento para flertar com ela.

Até aí, tudo bem. Válido. 

Num dado momento, o PM falou assim: “-Não é assim que as coisas funciona, nem o tenente tem esse poder. Pra mim ser mandado embora, só o governador do estado que pode fazê isso”.

Eu senti. Sim, doeu. Aquele Brexter, o assassino em série da língua portuguesa mexeu comigo. Nessa hora, me baixou um espírito “ruivo” (essa nem todo mundo vai entender) e por impulso eu dei uma de Google e disse: “-Você quis dizer para EU ser mandado embora né?”

Foi quando ele olhou pra mim, sorriu e respondeu: “- Ah, você também é da polícia?”

Dei boa noite, peguei meu açaí e fui embora.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Eu não devia assistir Fringe

Você sabe o que é Fringe? Fringe é uma série de TV muito legal, dos mesmos criadores de LOST. Ela conta basicamente sobre a história de uma divisão especial do FBI que investiga casos, a princípio, “inexplicáveis”. As tramas são bem elaboradas, muitas teorias malucas, cérebros dessecados, amores ocultos e, sobretudo, ações mirabolantes da polícia, tiros, perseguições e aventuras. Bem legal.

Ok, agora é a parte que vocês se perguntam. Tá bom, Bruno, mas por que você não devia assistir Fringe?

A-há, boa pergunta! Vamos lá...

Muitos de vocês sabem que eu trabalho desenvolvendo sites e sistemas para internet e que me especializei em portais de notícias para jornais e, especialmente, cuido de todos os veículos on-line de um grupo de comunicação grande de Minas Gerais. Anyway. Sites grandes são muito acessados e, junto com os internautas, chegam também os inúteis #fdp dos hackers. Lutar contra invasões, alterar códigos, mudar esquemas de segurança é uma luta diária nessa área.

Bem, eis que alguns meses atrás, recebi um e-mail de um aprendiz de hacker, dizendo que eu deveria tirar um dos sites do ar até uma determinada data para corrigir as vulnerabilidades que lá existiam e ainda deveria colocar uma aviso agradecendo-o por me ajudar, ou ele mesmo faria isso. É claro que cercamos as possibilidades, eu não tirei o site do ar e ele não foi invadido. Mas esse rapaz cometeu um erro grave: ele me mandou um e-mail. Vou dar uma dica pra vocês agora. E-mails são “rastreáveis”. Nunca ameace alguém enviando uma mensagem por um “hotmail” criado “só pra isso”... porque dá pra chegar em você.

E foi aí que tudo começou...

Rastreamos o IP, que levou a outro reverso, e a outro e chegamos no provedor de origem. Ligações telefônicas. Passwords. Conversas gravadas. E eu me sentindo... no Fringe.

Trâmites legais feitos. Queixa na delegacia de polícia especializada. Documentação necessária. Cópia do rastro deixado. E eu me sentindo... no Fringe.

O encarregado do caso me liga e diz: - “Estamos com o mandado de busca e apreensão e vamos agora visitar a casa do suspeito. Quer vir?” CLARO que eu quero, eu TÔ no Fringe!

Saímos na viatura oficial. No início fiquei meio frustrado porque eu não ganhei nem arma nem colete à prova de balas, mas tudo bem, seguimos. Três carros pretos, sirenes ligadas e minha adrenalina subindo.

Segunda frustração. Eu achei que eles iriam chegar derrapando na frente da casa do delinquente, mas estacionaram correta e silenciosamente no quarteirão anterior. Pensei: - Deve ser parte do plano.

- “Número 48. É aqui”. Disse o encarregado.

Andamos até a porta. Meu coração batendo a mil por hora. Nessa hora ele parou por um segundo, virou para mim e disse: - “Bruno, eu sei que você está emocionalmente ligado ao caso, então vou pedir que você não fale nada, ok? Conto com a sua cooperação”. Eu apenas acenei com a cabeça.

Mas no momento em que o agente da polícia levantou o braço para bater, eu não me aguentei. Enfiei o pé na porta e saí gritando:

- “Efeeeeee Beeee Aaaaaaiiii! Todo mundo parado aeeeeeee!!!

Eu disse que não devia assistir Fringe! #olhaamerda

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Corrida maluca!

Essa história, conta a "corrida maluca" que tivemos para pegar (ou não) um voo de Amsterdam para Londres. Aqui, além da situação em si que foi hilária e de "tirar o fôlego", uma curiosidade interessante é que fui publicando e narrando os fatos pelo Facebook por partes, e a galera no Brasil, ia ficando maluca e curiosa com o "e ai, o que aconteceu?", e algumas vezes, o intervalo entre uma publicação e outra, levou horas...

A história foi mais ou menos assim...

Quem estava: Eu, Renata, Ricardo e D. Glenisi.

4 de outubro de 2011...

15h14 - Chegamos a Londres! Ainda nem saquei a máquina aqui, já que a viagem em si foi uma aventura a parte. Imagina você pegar um trem para o aeroporto, chegar lá 2 horas antes como diz no papel da companhia aérea, mas quando o trem pára, você espera no corredor outras pessoas na sua frente (que tem dificuldade de carregar a mala demasiadamente grande pelos corredores estreitos do trem), e por conta desses segundos a mais, você vê a porta do trem fechar e simplesmente.... partir. Somente o Ricardo tinha desembarcado. Quem quer tentar adivinhar como essa história terminou?

20h16 - Continuando... seguimos no trem sem saber muito o que fazer, pois não tínhamos sequer noção de para onde ele estava indo nem quanto tempo demoraria ate a próxima estação. Foi quando reparamos um pequeno mapa na parede do trem que sinalizava que a próxima parada seria em Haia, já quase em Rotterdam. Decidimos então descer lá e pegar outro trem de volta ao aeroporto. O único problema eh que nossas passagens já tinham perdido a validade e tínhamos que decidir: ou perderíamos preciosos minutos comprando novas passagens ou arriscaríamos voltar sem tickets e se fôssemos pegos, perderíamos ainda mais tempo explicando em um inglês não tão convencional, tudo o que tinha acontecido... Arriscamos!

21h20 - Sim, demos sorte... Ninguém nos pediu bilhetes novos e chegamos ao aeroporto 1h20 antes do embarque... e foi aí que começou a primeira maratona brasileira dos 2 mil metros com barreira no aeroporto de Amsterdam! Só de curiosidade, procurem no Google Maps e olhem o tamanho do aeroporto de lá... É gigante! Depois de percorrer, correr, esbarrar (e por aí vai) uma distância não menor que uns 700 metros, encontramos o check-in da companhia aérea... Mas era o errado! Corremos pro outro lado e quando minhas pernas pareciam não mais aguentar e eu estava realmente disposto a desistir, vimos o Ricardo (lembram dele? O único que tinha saído do trem?) na "portinha" da fila do check-in, sem saber se embarcava e ia sozinho pra Londres ou se esperava e participava dessa verdadeira "corrida maluca". Fizemos então o check-in do voo e entre olhares de desaprovação da tripulação pelo nosso atraso despachamos nossa bagagem. Final feliz? Vocês que pensam... Foi nesse momento, que a verdadeira corrida começou...

22h28 - Iniciamos então novamente a corrida, dessa vez com menos peso (apenas a bagagem de mão que com câmera, guias e eletrônicos, deve chegar a mais ou menos dois quilos). Eu e D. Glenise nos perdemos do Ricardo e da Renata, já que os dois "fofos" passaram na aduana com o passaporte europeu, enquanto tivemos que ficar na fila do "resto do mundo". Pelo meu bilhete, faltavam apenas dois minutos para encerrar o embarque. Pensei: nos encontramos no avião (ou em Londres), e corri como nunca, seguindo as placas para a plataforma D que indicava no meu bilhete, até que as placas se dividiram. Da D1 até a D23 era do lado esquerdo... da D24 até a D48, pro lado direito e meu bilhete não informava nenhum número! Vocês estão tendo noção do tamanho desse aeroporto? Só a plataforma D tinham 48 pontos de embarques diferentes e eu vi placas de pelo menos até a letra H! Enfim, parei para pedir informação e procurar meu voo dentre centenas de outros nos painéis eletrônicos para saber o número correto da plataforma. Nessa hora, faltavam cerca de 40 segundos para encerrar o embarque...

22h46 - D14, era essa a plataforma de embarque do voo 8112 das 10h20am com destino a Londres. Voltamos a correr e numa daquelas curvas cinematográficas que daria até pra fazer uma bela tomada em câmera lenta onde o personagem principal dá quatro ou cinco passos para o lado quase trombando com o funcionário do aeroporto que carregava trinta e sete carrinhos de bagagens enfileirados, foi quando fui ultrapassado nessa corrida pela primeira vez! Era a Renata e o Ricardo, a zilhão por hora, que vieram sabe se lá de onde. Um deles, quando olhei de relance, ainda pulou uma pequena garotinha que brincava tranqüilamente com sua boneca de pano. Dobramos a esquerda e avistamos um corredor enorme e a ultima plataforma, antes da próxima curva, era a nossa... a D14... Ainda faltavam 12 segundos...

23h05 - Mesmo exausto e com bolhas nos dois pés (essa parte eu nem tinha contado) não me dei por vencido. Apertei a perna e ultrapassei novamente Ricardo e Renata que diminuíram um pouco o ritmo. Demorei cerca de 30 segundos para chegar lá, sabia que meu tempo tinha se esgotado, mas eu não estava disposto a morrer na praia depois de nadar tanto. O guichê do raio-x já não tinha mais passageiros, mas dois funcionários ainda estavam lá. Um deles pediu para eu colocar além da mochila na esteira, também meu passaporte. Olhei pra trás e os outros também já estavam chegando. Tranqüilizei-me por um momento. Quando fui passar no detector de metais, o trem começou a apitar mais que vuvuzela na copa da África do Sul. E eu pensei, "puta merda, logo agora?"... Mas eu não tinha mais nada nos bolsos e olhei com cara de desespero pra um holandês de quase dois metros de altura que me chamou para a revista...

23h20 - Enquanto eu estava desconfortavelmente sendo revistado, o cara do raio-x, ao olhar o meu passaporte gritou: "é brasileiro"! E foi ai que tudo mudou. O camarada parou de me revistar e disse num português arranhado: "Brasil, eu morou em Brasil, em Rio de Janeiro". Eu confesso que eu fiquei aliviado por dois motivos: o primeiro porque ele parou de me revistar e o segundo que é bom você ver que um funcionário da empresa que poderá te ajudar a parar o avião se for preciso, gosta do seu País e simpatiza com seu povo! Foi quando eu resolvi fazer uma pergunta simples pra ele que mudou o meu dia: "Você acha que da tempo de pegarmos esse voo?" E com um largo sorriso na cara ele me respondeu: "Para Londres as 10h20? Claro! Não se preocupa não que ele está atrasado!" #PUTAQUEOPARIU

Funicular

Barcelona, 20 de outubro de 2011. Eu e o Ricardo (meu cunhado) saímos com a intenção de explorar mais essa bela cidade a pé. E depois de conhecermos a obra da vida de Galdi - a Sagrada Família - resolvemos subir ao "Tibidabo", que segundo nos disseram, é o lugar onde tem a melhor vista de Barcelona junto a um parque de diversões em funcionamento desde 1901.

Para chegar até o mirante, precisaríamos pegar uma espécie de bonde bem íngreme que na Europa é conhecido como "Funicular". Ele é meio que uma mistura de elevador com bonde sobre trilhos.

Num dado momento, eu e o Ricardo meio que nos perdemos, e precisamos parar pra pedir informação, de onde exatamente iríamos pegar esse bondinho. 

Aí, como de costume, eu fui primeiro construir a frase na minha cabeça antes de falar, e era mais ou menos assim: "olla señor, me gostaria tomar uno funicular"... 

Bem, quando eu percebi o quão essa frase "soava estranho", eu virei pro Ricardo e disse: "-Ow, fala aí você que seu espanhol é melhor que o meu"!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Madame Tussauds

Bem pessoal, como eu prometi anteriormente, tem uma historinha que vivenciamos no maior museu de bonecos de cera do mundo que merece ser compartilhada.

Pelo tamanho da fila que enfrentamos para entrar no museu (mediana), eu imaginei que seria dificílimo tirar as fotinhos lá dentro com os "famosos". Pra minha surpresa, eu estava enganado. Com excessão de algumas celebridades como Barack Obama e Jack Sparrow, que era preciso entrar em uma pequena fila sempre com não mais que 10 pessoas na frente, para todos os outros, você ficava ao lado e não esperava mais que 30 ou 40 segundos.

O que acontece, é que muitos bonecos são realmente perfeitos e depois da terceira ou quarta sala, você começa a ter mais dificuldade de distinguir quem é de cera, e quem não é. E foi por conta disso, que três situações no mínimo hilárias surgiram:

1. Quem: Ricardo / O que: Ops, sorry!
Como nosso tempo não era dos mais longos, a estratégia do Ricardo foi tirar o maior número de fotos possível, mesmo sem conhecer o personagem, já que depois, bastava uma pequena busca pelo google para sanar esse detalhe. Foi quando de repente eu o vi passando a mão em volta do ombro de uma mocinha loira que estava apoiada em uma das pernas, com as mãos na cintura, bem quietinha! No momento que ele falou comigo "ei Bruno, tira dessa aqui" e encostou a mão no ombro dela, a guria deu um pulo pro lado e o Ricardo, assustado, pulou pro outro! A garota deve ter xingado ele em russo, holandês, dinamaques ou seja lá que diabo de língua era aquela e ele, com a cara mudando de cor igual camaleão indeciso, apenas respondeu: Ops, sorry!

2. Quem: Renata / O que: barraca de doces
Tudo lá dentro é muito colorido, muita gente andando, rindo, conversando e flashes para todos os lados. Além dos bonecos propriamente ditos, existe também a preocupação com os cenários. Por exemplo: na área de esportes, onde nosso Rei Pelé se encontra (e o Maradona não, diga-se de passagem), muitas bolas de futebol são espalhadas em volta do boneco. Bem, foi nessa hora que a Renata, que adora "ver tudo com as mãos", foi analisar de perto o quão real eram os doces da barraca de uma boneca de cera holandesa vestida a caráter. Na hora que ela enfiou o dedo dentro de uma "maria-mole" (ou qualquer coisa do tipo), que ela percebeu que não eram de cera, decidiu então conferir novamente a holandesa, que já tinha mudado de posição e já estava olhando feito pra ela, resmungando num inglês britânico que mais parecia que ela estava falando com um batata na boca! Renatinha só olhou pra ela, disse em bom português "eu só gosto com gelatina" e bateu em retirada!

3. Quem: Bruno / O que: fila parada
A minha foi a mais simples, ninguém percebeu, mas quando eu me pego pensando na cena, acabo rindo sozinho tamanha a minha estupidez! Estou lá, num canto, numa pequena fila esperando parar tirar uma fotinho com Einstein, e ao mesmo tempo perdido em meus devaneios, olhando tantas celebridades, cores, sorrisos. Enfim, quando voltei a mim, sem saber exatamente quanto tempo tinha se passado, reparei que a fila não tinha andado nada. Ao estranhar isso, decidi perguntar pro senhor a minha frente o que estava acontecendo, e muito acanhadamente o chamei: "sr?" Ele nem se me mexeu, e foi ai que eu percebi que eu estava tentando me comunicar com o Galileu! Disfarcei, mexi no cabelo dele, dei risada e fui embora. Agora, quando tempo eu fiquei parado na "fila" atrás de um boneco de cera, isso eu não faço a menor ideia.

Bem, dizem que o que acontece na Madame Tussauds, fica na Madame Tussauds... Pelo menos deveria ser assim!